Joao Carvalho
De fato, a prisão do bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, na véspera de Natal (24/12/2022) gerou ao mesmo tempo preocupação com a segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e também necessidade de prover esclarecimentos para o caso.
George se deslocou do Pará até o Distrito Federal fortemente armado
Nesse sentido, o crime de George envolveu a implantação de um artefato explosivo nas redondezas do Palácio do Planalto. Assim sendo, o intuito do bolsonarista foi, por meio da explosão, causar o corte de energia elétrica na reunião, situação a qual desencadearia desordem pública.
Nesse viés, o bolsonarista quis criar uma situação para causar o chamado “estado de sítio”. Quem define tal recurso é o Presidente da República. Ele suspende por um período temporário de 30 dias a atuação dos Poderes Legislativo (deputados e senadores) e Judiciário.
Após sua prisão, George Washington declarou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) seu intuito de distribuir armas para apoiadores de Bolsonaro acampados em frente Quartel-General do Exército em Brasília.
“Peguei em armas para derrubar o comunismo(…)A minha ida a Brasília tinha como propósito participar dos protestos que ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das Forças Armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo. A minha ideia era repassar parte das minhas armas e munições a outros CACs [caçadores, atiradores e colecionadores]. Eles estavam acampados no QG do Exército assim que fosse autorizado pelas Forças Armadas”
O bolsonarista recebeu autuação da PCDF por:
- Porte de “artefato explosivo ou incendiário” sem autorização ou em desacordo com a lei;
- Terrorismo – “usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”.
Bolsonarista teve ajuda de um fugitivo
De fato, a bomba implantada por George foi adquirida segundo ele no estado do Pará pelo preço de R$600. O artefato contava com dispositivo para a detonação remota em até 60 metros de distância do local da colocação dele.
Assim sendo, o suposto responsável pela detonação era seu ajudante. O nome do suspeito é Alan Diego dos Santos Rodrigues, que fugiu. Nesse sentido, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha deu seu parecer:
“A polícia já identificou essa pessoa, está fazendo as buscas. Pelo que tenho alcançado aqui pela polícia, ele já se evadiu do DF, mas eles estão atrás, e a gente deve ter notícia nas próximas horas”.
Preocupado com a segurança na posse de Lula por conta do bolsonarista, em seu perfil no Instagram, Ibaneis postou o seguinte texto no dia 27/12/2022:
“Recebi hoje em meu gabinete os futuros ministros da Justiça, @flaviodino, e da Defesa, José Múcio Monteiro, e o futuro diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, para tratar do esquema de segurança da Posse Presidencial em 1º de janeiro. Discutimos os últimos acontecimentos no Distrito Federal e vamos trabalhar com 100% do efetivo para que a posse presidencial ocorra de forma pacífica.”
