Em quatro anos no cargo de presidente da República, Jair Bolsonaro teve ao menos R$ 27,6 milhões em despesas. Os gastos vieram a público na quarta-feira (11/01).
A partir de um requerimento da agência Fiquem Sabendo à Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).
Entre os gastos de Bolsonaro, há despesas em hotéis de luxo e até compras pessoais de sorvetes e cosméticos. Hospedagem e alimentação concentram um pouco mais de R$ 23 milhões das despesas.
O Hotel Ferraretto no Guarujá (SP), um dos favoritos do ex-presidente, recebeu R$ 1,46 milhão após estadias de Bolsonaro entre 2019 e 2022. Com alimentação, por exemplo, cerca de R$ 78 mil foram desembolsados em uma adega em Taguatinga (DF).
Despesas em panificadoras passam de R$ 10 mil. Realizaram-se gastos significativos em uma das filiais da padaria carioca Santa Marta, com notas fiscais variando de R$ 880 a R$ 55 mil, com média de R$ 18 mil.
Ao todo, o estabelecimento recebeu R$ 362 mil do cartão corporativo de Bolsonaro.
Segundo o Portal g1, que ligou diversas para a padaria, na tarde desta sexta-feira (13/01). Isso, para saber o que foi comprado pela comitiva presidencial na data, mas o telefonema foi desligado pelo estabelecimento.
O cartão corporativo foi usado na mesma panificadora durante a gestão do ex-presidente Michel Temer. Foram duas vezes, uma em 5 de maio de 2018 (R$ 5.915) e outra no dia 14 de novembro de 2018 (R$ 7.526,90).
Ao corrigir os valores pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Os custos ficam R$ 7.717,71 e R$ 9.547,93.
Bolsonaro nega a utilização do cartão corporativo
Bolsonaro não é o ex-presidente que mais gastou com o cartão corporativo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva consumiu o dobro em seu primeiro mandato.
Assim, sendo R$ 59,1 milhões entre 2003 e 2006, e mais R$ 47,9 milhões de 2007 a 2010. Entre 2011 e 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) gastou R$ 42,4 milhões.
No entanto, Bolsonaro foi o único presidente a dizer publicamente que não utilizava o cartão corporativo. Além disso, os valores podem ultrapassar os já conhecidos, uma vez que nem todos os dados foram consolidados.
“Nunca gastei um centavo. Eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar Itubaína, mas nunca usei”
Assim disse o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, em entrevista a Jovem Pan. Contrariando todas as provas apresentadas até o exato momento. Por mais que não tenha gastado mais que os governos anteriores, tentou omitir algo que fez.