Foram 16 nomes anunciados pelo Governo Lula para a composição da sua equipe governamental que assume em 1º de janeiro.
Por exemplo, entre os citados por Lula estão:
- Alexandre Padilha (Ministério das Relações Institucionais);
- Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da República);
- Nísia Trindade (Ministério da Saúde);
- Camilo Santana (Ministério da Educação);
- Márcio França (Ministério dos Portos e Aeroportos);
- Geraldo Alckmin (Ministério da Indústria e Comércio).
Ou seja, de 22 ministérios que haviam na época do Governo Bolsonaro (PL), agora com Lula haverá 37. Isso é mais do que no seus 2 primeiros mandatos (só perde para o segundo mandato da também petista presidenta Dilma Roussef).
Nesse sentido, somado a outros gastos como a retomada do Bolsa Família e outras medidas assistencialistas, alguns economistas se mostram preocupados com a situação.
O que dizem os especialistas sobre os gastos do Governo Lula
Por exemplo, Augusto Caramico, analista de investimentos e professor de finanças pela PUC-SP, ainda há muitas faltas de clarezas e preocupações com o novo mandato do presidente Lula:
“O governo estava propondo só ministros do PT [Partido dos Trabalhadores], como Fernando Haddad [Fazenda], Rui Costa [Casa Civil], Flavio Dino [Justiça] e até o Mercadante no BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Dos outros partidos, não existiam nomes ainda”, afirma.
Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, faz críticas na mesma vertente que o analista Caramico:
“A equipe econômica pode até ser técnica, mas enxerga o Estado como indutor da economia. O PT vai tentar ser ‘gastão’, parecido com o governo Dilma”, analisa.
Por esse motivo, Komura esclarece que será necessário negociar com o Congresso uma âncora fiscal, até agosto de 2023, em relação a 2024, para “maior previsibilidade no futuro próximo”.
Apesar de diferente, sobretudo no Senado, porque mais alinhado com ideias liberais, o Congresso deve sentar-se à mesa de negociação com o presidente eleito, ainda que seja mais díficil, porque “tem bom trânsito, e é dessa forma que Lula governa”.
O mercado reage ao Governo Lula
Assim, diante dos gastos de Lula, o juros futuro atingiu maior nível desde 2016. Ou seja, o mercado vê Selic a 15% no 1° semestre de 2023.
Juros futuros são contratos feitos entre duas partes sobre a expectativa de taxa de juros entre o dia da negociação e uma data futura. Esse acordo, também conhecido contrato de DI Futuro, representa a estimativa do mercado para o valor dos juros nas operações de DI (Depósito Interfinanceiro) em algum momento no futuro.
Tal comportamento do mercado reflete críticas do presidente eleito a respeito das políticas de corte de gastos, demora no anúncio de um nome para chefiar a Fazenda e apresentação da minuta da PEC do Estouro