Joao Carvalho
Na invasão do STF (Supremo Tribunal Federal), do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, que resultou num rastro de destruição no domingo (8/01). Os bolsonaristas terroristas envolvidos miraram locais que foram hostilizados por Jair Bolsonaro durante todo o seu mandato.
Nesta época, Bolsonaro teve desavenças com ministros da Suprema Corte quando decisões judiciais tomadas não lhe convinham. O ex-presidente questionou a lisura do processo eleitoral, pregando contra as urnas eletrônicas. Participou de atos que pediam intervenção militar e o fechamento do Congresso e do STF.
Além disso, o ex-presidente também não poupou ataques à esquerda e ao Lula , seu então adversário na disputa eleitoral.
Pelo menos politicamente, atribuiram a Jair Bolsonaro a culpa por ter fecundado e encorajado os atos que culminaram no vandalismo de prédios dos Três Poderes e no terror instaurado em Brasília.
Porém, do ponto de vista da responsabilidade criminal, ainda é incerto que os crimes cometidos por bolsonaristas sejam conectados ao ex-presidente.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, evitou atribuir responsabilidade penal a Bolsonaro, apesar de ter afirmado que há clara influência política do ex-mandatário nas ações antidemocráticas.
Na ação da AGU (Advocacia-Geral da União), Anderson Torres, até então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, é a principal autoridade citada, acusado de omissão.
Moraes irá investigar Bolsonaro por incitar atos de vandalismos
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a inclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-pressidente estará no inquérito sobre a autoria dos atos golpistas que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
“O pronunciamento do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, se revelou como mais uma das ocasiões em que o então ex-mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às Instituições. Em especial o Supremo Tribunal Federal, imputando aos seus ministros a fraude das eleições para favorecer eventual vencedor, e o Tribunal Superior Eleitoral. Sustentando, sem quaisquer indícios, que o resultado das eleições foi fraudado”.
Tal citação foi feita pelo Ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Por fim, Moraes aponta que Bolsonaro reiteradamente incorre em condutas investigadas em outros inquéritos, como o das milícias digitais antidemocráticas.
Em sua decisão, o ministro do STF afirma que, como consequência da conduta de Bolsonaro, é possível observar o mesmo modo de se comportar de uma organização criminosa.
Essa, também investigada no inquérito, com intensas reações nas redes sociais e a propagação de discursos de ódio.
Sobretudo, com o fato de Bolsonaro estar fora do país, Moraes afirmou que o pedido de interrogatório do ex-presidente será apreciado posteriormente, em momento oportuno.
A PGR apresentou nesta sexta-feira (13/01) o pedido para incluir Bolsonaro na investigação depois de receber uma representação assinada por mais de 80 integrantes do Ministério Público Federal.
Esse pedido cobrava uma investigação contra o ex-presidente por incitação ao crime.
