A Polícia Federal solicitou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de Luis dos Reis, ex-auxiliar de Jair Bolsonaro, para investigar transações suspeitas entre ele e uma empresa que mantinha contratos com o governo do ex-presidente. A informação veio à tona no último domingo, dia 14, por meio de uma reportagem da Folha de S.Paulo.
As requisições da PF foram acatadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, em dezembro de 2022. Essas investigações surgiram a partir da análise de mensagens de Mauro Cid, tenente-coronel e braço-direito de Bolsonaro na Presidência na época.
O que está sendo investigado?
A investigação se concentra nas transações entre Luis dos Reis e a empresa Cedro Libano Comércio de Madeira e Materiais de Construção. Conforme apontamentos da Polícia Federal, o Portal da Transparência indica que, de 2020 a 2022, a empresa recebeu recursos federais oriundos de contratos com a Universidade Federal do Espírito Santo, o Instituto Federal de Tocantins e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
Até o momento, a PF não encontrou qualquer vínculo formal ou informal entre Reis e a empresa que justificasse a movimentação financeira observada.
Outras suspeitas envolvendo o ex-ajudante de Jair Bolsonaro
No mesmo contexto, Luis dos Reis está envolvido em outras transações investigadas pela Polícia Federal, sob a suspeita de desvio de recursos da Presidência. Isso ocorreria por meio de Mauro Cid, a pedido da então primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo informações da Polícia Federal, Reis teria repassado valores a pessoas indicadas por assessoras de Michelle, como Maria Graces de Moraes Braga, tia da ex-primeira-dama, e Rosimary Cardoso Cordeiro, responsável por um cartão de crédito utilizado por Michelle.
Respostas dos envolvidos
Entre as pessoas citadas na investigação, apenas Mauro Cid se pronunciou por meio de seu advogado, Bernardo Fenelon. Ele declarou que “toda e qualquer manifestação defensiva será feita nos autos do processo”, em respeito ao Supremo Tribunal Federal.
Cabe lembrar que tanto Luis dos Reis quanto Mauro Cid estão presos pela Polícia Federal na Operação Venire, iniciada na semana passada. Essa operação visa combater um esquema de fraudes em carteiras de vacinação.