Joao Carvalho
Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes disse nesta sexta (3/01) que o caso denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) mostra que:
“a gente estava sendo governador por uma gente do porão, ligada às milícias do Rio de Janeiro”.
Do Val, em um vaivém de versões, relata que teve uma reunião com o então presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) no fim do ano passado no qual foi discutido um complô golpista para reverter o resultado das eleições vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva em outubro.
O senador tentou mudar de versão, isentando Bolsonaro de iniciativa do esquema, que seria ideia de Silveira, preso por ordem do Supremo na quinta-feira (2/02).
Quem é Gilmar Mendes
Gilmar Ferreira Mendes é um advogado e juiz brasileiro, nascido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 1953. Ele é atualmente um dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil.
Mendes graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e tem uma pós-graduação em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo.
Conhecido por sua expertise em direito constitucional e internacional. Antes de sua ida para o STF em 2002, Mendes foi advogado, professor universitário e magistrado em tribunais estaduais.
Durante sua carreira como ministro do STF, Mendes tem se destacado por suas opiniões controversas e sua abordagem independente na resolução de questões polêmicas.
Ele é considerado um dos ministros mais influentes do STF e tem sido uma figura proeminente no cenário político e jurídico do Brasil.
Gilmar Mendes defende Alexandre de Moraes
A trama incluiria fomentar as concentrações golpistas em frente a quartéis e a gravação ilegal de alguma inconfidência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
Gilmar falou antes e durante uma conferência sobre política e economia do Lide, grupo empresarial fundado pelo ex-governador paulista João Doria, em Lisboa.
Para o ministro, “as instituições foram o alvo predileto das vivandeiras alvoraçadas”, parafraseando a famosa citação do ditador Humberto Castello Branco de 1964, aludindo aos políticos que incitavam agitação nos quartéis.
Por fim,ele criticou a elite política na era do bolsonarismo, que alimentava “zumbis consumidores de desinformação”. “Espero que as investigações identifiquem quem estava no topo dessa pirâmide e qual lucro auferiam, política ou economicamente”, disse.
Por fim, fez uma mesura ao governo Lula, dizendo que “o Brasil voltou ao cenário internacional”.
Diferentemente do evento anterior do Lide, em novembro em Nova York, não registraram ainda, protestos de bolsonaristas contra a presença de ministros do Supremo no encontro.
Também está na capital portuguesa Ricardo Lewandowski, enquanto Moraes e Luís Roberto Barroso irão participar de forma remota.
