Joao Carvalho
HPV (papilomavírus humano) é um vírus que infecta a pele ou as membranas mucosas (oral, genital ou anal) de homens e mulheres. De acordo com o tipo do vírus, ele causa não apenas verrugas anogenitais (área genital e ânus) como também cânceres. A infecção por HPV é uma infecção sexualmente transmissível (DST).
Existem cerca de 150 tipos diferentes de HPV (Papilomavírus Humano) e mais de 40 são sexualmente transmissíveis.
Vacinação contra o HPV:
A vacina contra o HPV atua na prevenção dos sorotipos 16 e 18 do HPV. Sendo assim, aprovada em mais de 100 países pelo mundo como uma estratégia para vacinar jovens e adolescentes. Os tipos 16 e 18 são os principais tipos associados ao câncer cervical.
Contudo, a adesão à vacina permanece baixa, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) destaca a desinformação como um dos fatores que contribuem para a baixa cobertura vacinal.
O que diz a pesquisa da UFMG:
Os pesquisadores da Escola de Enfermagem da UFMG questionaram cerca de 159.245 estudantes brasileiros entre 13 e 17 anos de idade e alguns dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) de 2019 também foram coletados para a pesquisa em questão.
Quando os estudantes foram questionados a respeito do principal motivo para não terem o interesse pela vacina contra o HPV, eles responderam que “não sabiam que deveriam“. Esta foi a resposta de 46,8% dos entrevistados.
A coordenadora do estudo, Tércia Moreira Ribeiro da Silva, do Departamento de Enfermagem Materno-infantil e Saúde Pública, afirma que a vacina contra o HPV previne lesões nos órgãos genitais femininos, masculinos e infecções persistentes causadas pelos subtipos 6, 11, 16 e 18 do vírus.
“Em 2019, foram notificados 5.880 mil novos casos dessa forma de câncer no mundo. No Brasil, nos anos de 2018 e 2019, foram detectados aproximadamente 16.370 novos casos de câncer de colo de útero, a terceira maior incidência entre os tumores malignos”, afirmou a Tércia.
Além disso, dentre as respostas mais frequentes entre os adolescentes matriculados em escolas públicas, também afirmaram que a “Distância ou dificuldade para ir até a unidade ou serviço” é um motivo pelo qual ainda não se vacinaram. Já entre meninos e meninas de escolas privadas, os motivos mais frequentes para a falta de adesão à vacinação foram: “mãe, pai ou responsável não quis vacinar” e “medo de reação à vacina”.
Qual o sintoma mais comum de HPV?
O sintoma mais comum de HPV é o aparecimento de uma verruga na região genital. Esta verruga pode surgir de 3 a 10 meses após a infecção pelo vírus e costuma melhorar mesmo que nenhuma outra medida seja tomada.
A vacinação no Brasil:
A oferta do imunizante a princípio já está ampliado para a população masculina imunossuprimida desde julho de 2022. E homens de até 45 anos transplantados, pacientes oncológicos ou vivendo com HIV/Aids podem se vacinar. O ministério adotou o esquema tradicional de três doses, independentemente da idade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou as recomendações para a vacina contra o HPV (papilomavírus humano). Em novo documento, a OMS afirma que um esquema de dose única pode não apenas oferecer eficácia como uma durabilidade de proteção comparáveis a um esquema de duas doses.
Lembrando que a vacinação está disponível para qualquer pessoa de 9 a 14 anos de idade, independentemente do sexo!
