Joao Carvalho
Familiares das vítimas da boate Kiss querem processar a Netflix por “exploração financeira da tragédia”.
Há dez anos acontecia uma tragédia em Santa Maria – RS, em uma boate cheia de jovens se iniciou um incêndio que terminou com duzentos e quarenta e dois mortos e mais seiscentos feridos.
Após todos esses anos a empresa de streaming Netflix fez uma série dramática baseada na tragédia daquelas famílias, pois a serie retrata desde o acidente até o julgamento em 2021.
Porém, as famílias foram pegas de surpresa e estão indignadas com a postura da Netflix afinal, a empresa está lucrando com a tragédia de várias famílias.
Com a situação inesperada vários pais inclusive voltaram a fazer atendimento terapêutico.
Mobilização das Famílias
Por isso, as famílias que nada sabiam a respeito da série estão com sentimento de indignação e injustiça e segundo o coordenador do grupo o empresário Eriton Luiz Tonetto Lopes:
“Nós fomos pegos de surpresa, ninguém nos avisou, ninguém nos pediu permissão. Nós queremos saber quem está lucrando com isso. Não admitimos que ninguém ganhe dinheiro em cima da nossa dor e das mortes dos nossos filhos”, disse Lopes ao jornal gaúcho.
Assim, após a constatação da situação o grupo de pais deseja um indenização por parte do streaming Netflix. Porém, não querem o dinheiro para eles.
Assim, desejam reverter uma parte dos lucros para o tratamento de sobreviventes e a construção de um memorial.
Eles não fazem parte da Associação dos Familiares de Vitimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria.
A advogada do grupo vai tentar uma interlocução com a Netflix ainda esta semana na tentativa de conseguir um acordo.
E assim, parte do lucro seja destinado aos sobreviventes e a construção do memorial Kiss.
A advogada acredita que é possível um processo por danos morais e sequelas médicas. Afinal alguns pais voltaram a fazer terapia.
A Netflix usou livro homônimo para a série
A série que trata da tragédia baseia-se em um livro de mesmo nome. “Todo dia a mesma noite” da jornalista Daniela Arbex e assim, mistura realidade e ficção.
O livro lançado em janeiro de 2018 pela editora Intrínseca é de autoria da jornalista Daniela Arbex, premiada duas vezes com o Prêmio Jabuti.
A jornalista é citada no site da editora como “uma das jornalistas mais relevantes do país, veterana em reportagens de fôlego”.
Para escrevê-lo a jornalista recolheu depoimentos dos sobreviventes, familiares das vítimas, equipe de resgates e profissionais de saúde.
