A alta no mercado imobiliário parece que terá o freio acionado muito em breve. Afinal, essa é a visão de boa parte dos especialistas do ramo.
Saiba mais sobre o assunto.
Tendência de frear
O preço dos imóveis residenciais deve subir menos em 2023 após a boa valorização registrada neste ano.
“Dificilmente os aumentos de preços de 2022 vão se repetir em 2023. Deve haver algum aumento, mas numa escala menor”, disse o coordenador do curso de negócios imobiliários da Fundação Getulio Vargas (FGV), Alberto Ajzental.
Há também influência em relação aos rumos do País com a troca de governo. “O momento é de precaução”, disse Alison Pablo Oliveira, coordenador da pesquisa de preços de imóveis da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). “No frigir dos ovos, a perspectiva é de alguma estabilidade nos preços, em linha com a inflação. Não esperamos um mercado muito pujante.”
Como foi a alta no mercado imobiliário
Por que preços de imóveis atingiram maior alta em 18 anos no mundo?
Porque houve vários motivos…
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou no mês passado que estrangeiros seriam proibidos de comprar imóveis no país por pelo menos dois anos. A medida é uma tentativa de barrar o aumento dos preços, que se tornaram proibitivos para muitas famílias canadenses.
O problema não é exclusivo do país, mas uma tendência global – inclusive no Brasil. E é, de certa forma, um efeito colateral da pandemia de covid-19, que acabou misturando pelo menos três ingredientes que favoreceram a demanda no mercado imobiliário.
A queda nos juros usada para amortecer o impacto da crise sanitária sobre a economia barateou os financiamentos. Os lockdowns e as restrições de deslocamento favoreceram o acúmulo de poupança pelas classes mais altas, que não puderam viajar ou frequentar bares e restaurantes. O trabalho remoto, por sua vez, despertou em muita gente a vontade de cuidar da casa, de morar em um espaço maior, mais confortável, e até longe do caos das grandes cidades.
Nos Estados Unidos, o salto nos valores dos imóveis vendidos nesses últimos dois anos gerou temor de que uma nova bolha imobiliária pudesse estar se formando – trazendo a lembrança amarga da crise financeira de 2008.
O tema foi, inclusive, objeto de um estudo divulgado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Dallas, que alertou para os riscos nesse sentido.
Portugal também vê com temor a alta dos preços. O valor dos imóveis no país vinha crescendo pelo menos desde 2014, especialmente depois da entrada em vigor da política de “golden visa”, que abriu a possibilidade para que estrangeiros que compram uma propriedade no país possam pedir nacionalidade portuguesa.