Vanessa Ramos
Parece que os cartões de crédito estão no centro de uma discussão entre o Governo Federal e os bancos no Brasil, principalmente devido às altas taxas de juros, especialmente no crédito rotativo.
Os juros altos no rotativo do cartão de crédito têm sido um ponto de atenção. Essa modalidade entra em ação quando o cliente paga apenas o valor mínimo da fatura e deixa de quitar o restante, gerando juros sobre essa parcela não paga.
Debate sobre os cartões de crédito
O debate sobre essa questão não é novo. Figuras como Fernando Haddad, ex-ministro da Fazenda, têm expressado a necessidade de regularizar esses juros. O presidente do Banco Central, Campos Neto, também expressou preocupação com os juros elevados afetando o consumo no Brasil.
Recentemente, o Congresso Nacional tomou uma atitude, aprovando uma proposta para regulamentar esses juros dos cartões de crédito. A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) foi pressionada a se manifestar, sob o risco de o Congresso estabelecer as taxas por conta própria. Grandes empresas varejistas apoiaram a ideia, enquanto os bancos se opuseram.
Uma das propostas apresentadas sugere limitar os juros do rotativo em até 8% ao mês. Durante uma reunião entre o Governo e os bancos, essa proposta foi apresentada, mas nenhum acordo foi alcançado. O CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, afirmou que essa medida poderia levar ao cancelamento de 60 milhões de cartões de crédito no país, já que os bancos teriam dificuldade em operar com juros tão baixos.
Limite de juros
Há indícios de que o Governo brasileiro caminha para estabelecer um limite nos juros do crédito rotativo dos cartões. No entanto, o valor ainda está em discussão, já que os bancos se opuseram à proposta de 8% ao mês, argumentando que juros baixos podem reduzir a oferta de crédito e afetar o consumo no país.
Ambos os lados têm seus argumentos: os juros elevados prejudicam os consumidores, levando à inadimplência e à restrição de crédito, enquanto juros muito baixos podem impactar a oferta de crédito, influenciando o consumo. É um debate delicado sobre como encontrar um equilíbrio para não prejudicar nem os consumidores nem a economia como um todo.
