Samuel
Na última quarta-feira (19), o presidente do Banco Central do Brasil se reuniu com investidores em Londres para discutir as perspectivas econômicas do país. Contudo, as declarações de Roberto Campos Neto sobre a inflação trazem mais desânimo do que energia para o mercado brasileiro. Pois, podem impactar na declaração do Imposto de Renda de muitos investidores.
Declaração do presidente
Segundo o líder do Banco Central, a inflação no país voltará a crescer no segundo semestre, justificada a manutenção da taxa básica de juros 13,75%. Campos Neto acredita que, apesar das medidas adotadas pelo governo para diminuir o preço de alguns itens, o núcleo duro da inflação continua crescendo e, portanto, quando o efeito dessas medidas passar, os índices que medem o aumento dos preços voltarão a subir.
Desde dezembro do ano passado, os analistas de mercado já subiram a expectativa da inflação para 2024 e 2025 em quase 1%, motivados pela PEC do Estouro do Teto e as falas do governo sobre a mudança da meta fiscal. Para este ano, o Banco Central tem a expectativa de terminar com uma inflação de 3,5%, enquanto para 2022, a expectativa é de 3%.
Em março, o IPCA fechou com um aumento de 4,65% no acumulado dos últimos 12 meses, a menor taxa desde 2021. Em junho, a inflação pode chegar a um índice ainda menor, de 3,5% no acumulado dos 12 meses anteriores, mas para julho, o Bacen já espera uma alta do IPCA.
Representante do Banco Central
O presidente do Banco Central também falou sobre o novo arcabouço fiscal apresentado pelo governo ao Congresso, considerando a proposta interessante. Contudo, ressaltando a necessidade de acompanhar sua tramitação antes de reduzir a taxa de juros.
Enquanto isso, o ministro, Fernando Haddad, afirma que o arcabouço fiscal e as novas medidas são suficientes para justificar uma redução na taxa de juros. Por isso, pode beneficiar muitos contribuintes na hora de declarar o Imposto de Renda.
Em resumo, as declarações do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, em sua reunião com investidores em Londres, trazem um cenário preocupante para o mercado brasileiro, especialmente em relação à inflação que deve voltar a crescer no segundo semestre de 2023.
Isso justifica a manutenção da taxa básica de juros do Brasil em 13,75% por mais algum tempo, segundo o próprio Campos Neto. As expectativas para a inflação são 3,5% para 2023 e 3% para 2024, porém, com a alta dos preços em alguns setores, pode haver mudanças.
