A bolsa de valores sofreu quedas significativas neste primeiro dia útil do ano de 2023 (02/01/2023).
De fato, uma das primeiras medidas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva foi a de manter a Petrobrás como uma empresa estatal.
Além disso, outras decisões econômicas, como a manutenção da isenção dos impostos sobre os combustíveis por mais 90 dias movimentou a economia.
Diante de tudo isso, o especialista Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, teceu alguns comentários acerca das perspectivas sobre o futuro da economia do Brasil com o governo Lula.
“Obviamente não dava para esperar do presidente, neste momento, nada muito específico. Não é o local e não é o foco, mas deixa um pepino para o [Fernando] Haddad lidar”, diz.
“Está na mão do Haddad entregar alguma coisa crível nas próximas semanas”, diz. “Espero que, quando o presidente fala em estupidez, seja em relação a esta regra que temos agora, não para qualquer regra de gastos”.
“Tirando essas questões econômicas, o discurso é positivo, comparado com o que vimos nos últimos quatro anos. Voltar à normalidade democrática no país é importante para o horizonte de investimento e de crescimento. Lula traz de volta a estabilidade democrática, o que precisamos ter também é estabilidade macroeconômica”.
Como fica a Bolsa de Valores?
De fato, os investimentos da Bolsa de Valores (IBOVESPA) dependem de investimentos estrangeiros.
De acordo com Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, Lula mencionar que o Brasil precisa voltar a fazer parcerias bilaterais e multilaterais e ter uma política ativa e de protagonismo. Assim sendo, ela diz:
“Isso é considerado fundamental pelos investidores na hora de definir alocação de recursos e parcerias. [O discurso] Mostra uma mudança em relação do Brasil com outros países do mundo”, afirma.
“De forma muito mais enfática, ele falou da situação da população que compõe a base da pirâmide social. Ficou muito claro que se houver qualquer empecilho jurídico ou político para a implementação de políticas sociais, desatar esse nó será buscado à exaustão pelo novo governo. Se existia alguma dúvida sobre isso, ficou para trás com o discurso de hoje”.
Modelo desenvolvimentista causa receio
Por fim, Piter Carvalho, chefe de mesa da Valor Investimentos, ressalta que a política econômica de Lula tende a favorecer as estatais. Isso não atrai os investidores à Bolsa de Valores:
“O mercado não vê com bons olhos esse modelo econômico e por isso aumenta sua desconfiança, principalmente, em relação às estatais, destaco Petrobras e Banco do Brasil”, diz.