Samuel
Os juros do cartão de crédito têm ampla notoriedade como os mais elevados no mercado financeiro. As taxas exorbitantes do crédito rotativo impactam diretamente aqueles que atrasam o pagamento ou não quitam suas faturas. O não pagamento do cartão resulta em um grande número de brasileiros endividados e inadimplentes, agravando ainda mais a situação. Quando as pessoas se encontram nessa situação, torna-se extremamente difícil livrar-se dela, pois os juros aumentam progressivamente a dívida, dificultando o acerto do débito.
Consequências ao não pagar as dívidas do cartão
Diante dessa realidade, consideramos os feirões de negociação. Os feirões ocorrem várias vezes ao ano, como as melhores oportunidades para os endividados quitarem suas dívidas pendentes e recuperarem sua reputação financeira.
No entanto, é importante ressaltar que não pagar as dívidas do cartão resulta em consequências além da negativação do nome nos órgãos de proteção ao crédito, como Serasa e SPC. Os credores têm a possibilidade de buscar o valor devido através do sistema judiciário, gerando complicações significativas para os devedores.
De acordo com um levantamento realizado pela Serasa, especialista em crédito, constatamos que 80% dos brasileiros estão endividados. Uma parcela substancial dessa estatística refere-se a dívidas com cartão de crédito. A facilidade de fazer compras parceladas alimenta a perda de controle dos gastos. Isso cria uma falsa ilusão de poder de compra que não condiz com a capacidade financeira do indivíduo.
A cobrança de dívida no Brasil
Portanto, é crucial que você compreenda as determinações legais relacionadas à cobrança de dívidas no Brasil. Além de enfrentar a negativação do nome, que dificulta a aprovação de empréstimos, financiamentos e cartões de crédito com limites maiores e taxas de juros menores, o inadimplente também corre o risco de perder seus bens. No entanto, antes de chegar a esse ponto, as instituições financeiras geralmente buscam realizar acordos visando o pagamento do montante devido ao cartão.
Os credores recorrem ao sistema judiciário para solicitar a penhora dos bens do devedor somente quando esgotam todas as possibilidades de negociação. Recentemente, STF autorizou a tentativa de incentivar o pagamento das dívidas através do bloqueio da carteira de motorista (CNH) e do passaporte dos inadimplentes. É importante destacar que o STF só pode aplicar essa medida caso não comprometa a fonte de subsistência do devedor. Por exemplo, se a pessoa depende de sua habilitação para trabalhar, ela não poderá ter a CNH bloqueada.
No caso em que a justiça bloqueie os documentos e a dívida ainda não é quitada, os bens do devedor podem ser penhorados, incluindo veículos, imóveis, obras de arte, joias e outros itens de valor financeiro. Além disso, o STF compromete parte do salário do indivíduo para o pagamento do valor devido, desde que a pessoa tenha o mínimo necessário para sua subsistência garantido. Essas consequências ressaltam a importância de uma gestão responsável do cartão de crédito e a necessidade de evitar o acúmulo de dívidas além da capacidade de pagamento.
