Vanessa Ramos
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica ficou mais cara em abril em 14 das 17 capitais brasileiras pesquisadas. Isso significa que os brasileiros que dependem dessa cesta não tiveram muitos motivos para comemorar no mês passado, pois precisaram gastar um pouco mais para adquirir os mesmos itens do mês anterior.
O Dieese realiza a coleta de preços de alimentos básicos em 17 capitais brasileiras e apresenta as variações, bem como as variações das cestas básicas. O levantamento também identifica os produtos que tiveram as maiores oscilações em seus preços.
Dessa forma, os consumidores podem compreender o que impactou no aumento ou redução do preço da cesta básica a cada mês. No mês de abril, alguns alimentos importantes na dieta dos brasileiros ficaram mais caros, como feijão, batata e tomate.
No entanto, outros alimentos também registraram aumento de preços no mesmo período. Confira abaixo a lista de outros alimentos que ficaram mais caros em abril.
Alimentos base sobe em diversos estados
De acordo com o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em abril de 2023, o preço da farinha de mandioca subiu em todas as capitais pesquisadas no Norte e Nordeste, registrando maiores avanços em João Pessoa (+7,00%) e Salvador (+3,64%). Além disso, no acumulado dos últimos 12 meses, o preço da farinha de mandioca também subiu expressivamente em todas as capitais, oscilando entre 30,37% e 43,62%.
Outro item que impactou o bolso dos brasileiros foi o açúcar refinado, que subiu em 13 das 17 capitais pesquisadas em abril, com destaque para Aracaju (+6,58%) e Natal (+2,87%). No entanto, em 12 meses, o açúcar refinado ficou mais barato em todas as 17 capitais, com destaque para Florianópolis (-13,92%), Campo Grande (-9,86%), e Recife (-9,17%).
O Dieese explica que a baixa oferta do açúcar elevou os preços no varejo, mesmo com o início da safra. No entanto, os preços devem cair em maio, já que a oferta será maior no país. Quanto à farinha de mandioca, o Dieese afirma que, apesar do maior volume dar raiz para a produção, a menor demanda e a dificuldade de comercialização causaram impacto nos preços praticados no varejo.
Aumento no leite integral e na manteiga
Dois outros alimentos comumente consumidos no Brasil, leite e manteiga, também ficaram mais caros em abril de 2023, afetando o orçamento dos consumidores. O preço do leite aumentou em 13 cidades, com os maiores aumentos em Campo Grande (+6,64%), Brasília (+5,54%) e Belo Horizonte (+5,42%). Nos últimos 12 meses, o preço médio do leite aumentou em todas as 17 cidades pesquisadas, com taxas variando de 8,98% em Florianópolis a 29,04% em Recife.
A manteiga, lácteo, também aumentou de preço em dez cidades, com os maiores aumentos observados em Goiânia (+3,26%), Aracaju (+2,89%) e Natal (+2,57%). Nos últimos 12 meses, o preço da manteiga aumentou em todas as 17 cidades pesquisadas, com taxas variando de 7,42% em Vitória a 24,81% em Belém.
O Dieese explicou que os preços mais altos dos lácteos se devem à entressafra da produção de leite, que leva à redução da oferta e aumento dos preços no varejo.
O óleo de soja teve uma queda aliviando o preço da cesta básica
No mês de abril, o preço do óleo de soja diminuiu em todas as 17 capitais brasileiras pesquisadas, com reduções que variaram de -8,41% em Vitória a -0,34% em Salvador.
Além disso, nos últimos 12 meses, o preço do óleo de soja também caiu em todas as localidades pesquisadas, com as quedas mais acentuadas ocorrendo em Belo Horizonte (-32,03%) e Campo Grande (-31,40%).
Segundo o Dieese, a queda nos preços da soja se deveu a uma safra recorde no Brasil, enquanto os preços elevados no varejo inibiram a demanda pelo óleo, o que resultou em custos mais baixos nos supermercados.
É importante notar que o Dieese coleta preços em Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
