Karla
As bolsas não ganham reajustes desde 2013. Dessa maneira, confira em quanto ficou o aumento nas modalidades de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Nesta semana, o Governo Federal anunciou o reajuste de até 40% nas bolsas de pós-graduação. Os valores estavam congelados havia 10 anos. Entretanto, o aumento foi prometido após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
Afinal, o percentual de 40% é aplicado para as bolsas de mestrado e doutorado da Capes e do CNPq. Já concernente a outros níveis de ensino, também há reajustes em dimensões distintas.
“Bom dia. Anunciaremos hoje o aumento das bolsas de graduação, pós-graduação, iniciação científica e Bolsa Permanência, que não tinham reajuste desde o governo Dilma. Um dia importante para nossa educação, pesquisa e ciência. O Brasil voltará a valorizar estudantes e nosso futuro.”, publicou Lula em uma rede social.
Confira os novos valores e o percentual do reajuste nas bolsas da Capes e do CNPq, sendo:
- Mestrado: de R$ 1.500 para R$ 2.100 (alta de 40%)
- Doutorado: de R$ 2.200 para R$ 3.100 (40%)
- Pós-doutorado: de R$ 4.100 para R$ 5.200 (25%).
Sobretudo, as bolsas distribuídas para alunos do ensino médio e da graduação também serão reajustadas, sendo:
- Iniciação científica no ensino médio: de R$ 100 para R$ 300 (200%);
- Formação de professores da educação básica: os valores atuais variam de R$ 400 a R$ 1.500 e serão reajustados de 40% a 75%, segundo o governo;
- Bolsa Permanência: alunos em vulnerabilidade nas universidades poderão receber. Criadas em 2013, nunca foram reajustadas. Os valores variam de R$ 400 e R$ 900 e serão reajustados em 55% a 75%.
Ademais, conforme o Governo Federal, se verifica que, os reajustes custarão R$ 2,38 bilhões anuais aos cofres públicos, a verba sendo retirada dos ministérios da Educação e de Ciência e Tecnologia.
Vale ressaltar também que, a cerimônia que aconteceu à tarde, onde o governo anunciou também um aumento no número de bolsas.
Também, além do reajuste, haveria a expansão da oferta de bolsas. Ao longo do ano, serão distribuídas mais de 10 mil novas bolsas serão implementadas. As mesmas ampliam o investimento na formação de mestres, doutores e doutoras, professores e professoras, pesquisadores e pesquisadoras e jovens cientistas.
Ministra da ciência e da Tecnologia, Luciana Santos está satisfeita com a decisão
“Com essa medida, queremos que os estudantes brasileiros vislumbrem a pesquisa como campo de formação e também de trabalho”, afirmou.
Dessa forma, com o reajuste das bolsas, muito reivindicado nos últimos anos pelos pesquisadores, a Ministra afirma que era um compromisso firmado pelo grupo de transição do governo.
Reajuste é importante, mas insuficiente, diz presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC)
Após ao reajuste, a presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, afirma que o reajuste anunciado é “significativo e relevante”, mas ainda aquém do necessário para alavancar as carreiras de cientistas e acadêmicos.
“Então, fica ainda um sentimento de preocupação, uma vez que a medida anunciada hoje não conseguirá resolver o problema atual da falta de procura por essas carreiras, que foram desmontadas e estão hoje desprestigiadas”, lamenta.
“Um doutorando na área de saúde no Brasil, por exemplo, tem cerca de dez anos de formação em nível superior, está na faixa de 30 anos, pode ter família e filhos. É um profissional altamente capacitado. É inaceitável que esse profissional receba pouco mais de dois salários mínimos mensais na bolsa de pesquisa para trabalhar com exclusividade em algo tão importante e tão específico – e mais inaceitável ainda é que as bolsas tenham ficado dez anos sem reajuste”, diz.
