A participação do consumo do governo no PIB em 2022 foi a menor desde de 1990, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística.
Consumo do governo no PIB
O consumo do governo se refere às despesas para prover serviços públicos, como saúde, educação e segurança. A participação no PIB de 2022 foi de 18%, abaixo dos 18,6% de 2021, indicando uma tendência de diminuição na economia brasileira.
Embora as oscilações na participação do consumo no PIB sejam pequenas ao longo dos anos, entre 18% e 20%, atingiu o menor nível em 2022. Segundo a economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
Silvia Matos observa que a dinâmica do crescimento do consumo mudou nos últimos anos, com uma quebra em 2016, ano da presidente Dilma Rousseff. Nos anos 1990, o crescimento médio do consumo do governo foi de 1,7%, enquanto de 2005 a 2015 a média subiu para 2,3%.
Nos governos do PT, o consumo do governo ganhou protagonismo, com aumento dos salários do funcionários públicos. Nesse período, a participação do consumo na economia passou de 18,5% em 2004 para 19,8% em 2015.
Média de crescimento
No período mais recente, entre 2016 e 2022, a média do crescimento do consumo do governo foi zero, indicando uma quebra na dinâmica de crescimento. Embora o consumo e as despesas públicas sejam conceitos diferentes, eles estão relacionados, já que os serviços públicos são custeados por meio da arrecadação de tributos.
Portanto, a mudança de dinâmica no tamanho do Estado a partir de 2016 está relacionada às diretrizes dos governos Temer e Bolsonaro, com destaque para o teto de gastos, que limita a despesa pública federal ao valor do ano anterior, reajustada apenas pela inflação.
Embora a diminuição do peso do Estado na economia possa ser vista como positiva, há riscos associados a essa tendência, especialmente em áreas como saúde e educação. É importante que o Estado seja capaz de prover serviços públicos de qualidade para a população, o que pode ser afetado pela redução do consumo do governo na economia.
Portanto, é necessário buscar um equilíbrio entre o tamanho do Estado na economia e a capacidade de prover serviços públicos essenciais para a população.