Joaomarcossa
Os senadores que lideraram a CPI da Covid não estão entusiasmados com a possibilidade de participar da CPMI que será instalada para investigar os ataques golpistas de 8 de janeiro, apesar do estímulo de parlamentares e auxiliares palacianos.
Humberto Costa (PT-PE) e Renan Calheiros (MDB-AL), membros da chamada tropa de choque, dão argumentos similares: no formato misto, com deputados e senadores, a comissão corre grande risco de se perder em embates produzidos para as redes bolsonaristas e pouco render em termos de investigações.
A CPI da Covid, que foi composta somente por senadores, foi um formato que eles gostariam de ver repetido.
Além disso, outros membros da tropa de choque dizem, em caráter reservado, que até o momento a CPI do 8/1 não parece tão promissora quanto a que organizaram em 2021, que gerou grande desgaste para o governo Jair Bolsonaro e deu prestígio ao grupo junto à base de Lula.
Não há muita empolgação com participação na CPMI dos ataques golpistas de 8 de janeiro
Primeiramente, Humberto Costa compara a comissão do 8/1 com a CPMI que tratou das fake news.
Segundo ele, a CPI das fake news passou por uma série de embates acalorados e discussões que muitas vezes acabavam sendo exploradas pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.
Para o senador, é possível que algo semelhante ocorra na CPMI do 8/1, o que pode prejudicar a efetividade da investigação.
A CPMI do 8/1 pretende investigar os ataques feitos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal no dia 8 de janeiro de 2022.
Na ocasião, um grupo de manifestantes tentou invadir o Congresso Nacional e chegou a queimar uma bandeira do Brasil em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), defende a criação da CPMI e afirmou que ela é importante para investigar o ocorrido e punir os responsáveis pelos ataques.
No entanto, a resistência dos senadores que lideraram a CPI da Covid em participar da comissão pode prejudicar a efetividade das investigações.
Aliás, é importante destacar que as comissões parlamentares de inquérito são ferramentas importantes de investigação que o Congresso Nacional usa para fiscalizar o poder Executivo e apurar irregularidades.
No entanto, é preciso que elas sejam compostas por membros com compromisso com a efetividade das investigações e que evitem embates desnecessários que possam prejudicar o trabalho da comissão.
