De fato, a Inflação afeta todos, mas principalmente pobres. É o que mostra a pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Nesse sentido, no mês de dezembro de 2022, as famílias com renda mensal de até R$ 900 sentiram a inflação subir acima dessa média, 0,71%.
Por outro lado, as famílias mais ricas (que ganham mais de R$9000 por mês) também sofreram com preços mais altos. No entanto, em novembro, os preços estavam em 0,29% e subiram, em dezembro, para 0,50%.
Diante disso, a pesquisadora do Ipea Maria Andrea Lameiras da seu parecer acerca do movimento da economia com a inflação e fala sobre as perspectivas para o ano de 2023:
“Para as famílias de menor poder aquisitivo pesaram em dezembro principalmente os reajustes dos produtos de higiene pessoal e dos alimentos. Já para as famílias de renda mais alta, os impactos vieram dos reajustes dos planos de saúde e dos serviços de recreação. Com o resultado fechado de dezembro, observa-se que, no acumulado do ano de 2022, as famílias de renda média-baixa foram as que apresentaram a menor taxa de inflação, de 5,69%. As famílias de renda alta, por sua vez, a maior taxa de inflação no ano, de 5,83%. As famílias de renda muito baixa apresentaram taxa de 5,35%. De uma maneira geral, o principal pronto de pressão sobre a inflação das famílias em 2022 veio da alta dos preços dos alimentos”, comenta a especialista.
Por que a inflação afeta mais os pobres que os ricos?
A inflação pode afetar mais os pobres do que os ricos por vários motivos:
- Poupança: os indivíduos de renda mais baixa tendem a ter menos poupanças do que os indivíduos de renda mais alta. Portanto, quando os preços dos bens e serviços subir, eles têm menos recursos para cobrir esses aumentos de custos;
- Proporção de renda: os indivíduos de renda mais baixa tendem a gastar uma maior proporção de sua renda em bens e serviços essenciais. Por exemplo, como alimentos e transporte, que geralmente são os primeiros a subir de preço em tempos de inflação;
- Acesso ao crédito: os indivíduos de renda mais baixa tendem a ter menos acesso ao crédito e a ter taxas de juros mais altas do que os indivíduos de renda mais alta. Isso pode tornar mais difícil para eles lidar com os aumentos de preços;
- Proteção Social: os indivíduos de renda mais baixa tendem a ter menos proteção social do que os indivíduos de renda mais alta. Assim, eles se tornam mais vulneráveis aos efeitos negativos da inflação.
É importante notar que a inflação é um fenômeno complexo e que a sua relação com a desigualdade econômica pode variar dependendo das circunstâncias. Além disso, existem medidas que os governos podem adotar para mitigar os efeitos da inflação sobre a população de baixa renda, como transferências de renda, subsídios e programas de proteção social.