Diante do crescente número de inadimplentes e juros elevados do crédito rotativo dos cartões de crédito, o Ministério da Fazenda brasileiro está a trabalhar em medidas para atenuar esta situação. Esta instância de juros altos e inadimplência recordes está a levantar preocupações entre os consumidores, pois os juros chegaram a atingir aproximadamente 450% ao ano em abril, um contraste gritante com a taxa básica de juros, a Selic, que se situa em 13,75% ao ano.
Marcos Barbosa Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda está ciente das preocupações do público e, numa entrevista realizada pelo Estadão/Broadcast, garantiu que o Ministério não tem intenções de estabelecer tabelas para as taxas cobradas ou eliminar a opção de parcelamento sem juros, uma prática muito comum no comércio brasileiro.
O que o governo planeja sobre os juros do crédito rotativo?
Dentre as medidas consideradas pelo Ministério, está a comunicação eficiente e clara à população sobre como os juros acima de 400% ao ano podem impactar o orçamento familiar. Outra estratégia é o incentivo à portabilidade da dívida do cartão, ainda que não se espere uma redução significativa nas taxas de juros a partir desta ação.
O Ministério da Fazenda também considera que é importante lidar com o subsídio cruzado presente nesse mercado, mas garante que as medidas adotadas não desequilibrarão a cadeia de cartões de crédito.
O Banco Central apoia as mudanças?
Sim, a instituição bancária está em cooperação com o Ministério da Fazenda para abordar esta questão. Estão a ser avaliadas possibilidades para aprimorar as regras de concessão de crédito, bem como promover maior transparência e eficiência na portabilidade da dívida. A solução, contudo, não envolve o fim do parcelamento sem juros ou a eliminação do crédito rotativo.
Como a situação do crédito rotativo está atualmente?
Os dados mais recentes do Banco Central apontam para um aumento do número de cartões de crédito entre a população brasileira, bem como um crescimento significativo do saldo devedor e do limite de crédito. A tarefa de reduzir as taxas de juros do cartão de crédito é complexa e diferentes setores do mercado têm perspectivas e propostas variadas para solucionar o problema.
Aqueles que estão a braços com o crédito rotativo do cartão de crédito devem ficar atentos às próximas atualizações sobre os planos do governo em relação ao assunto. É evidente que o Ministério da Fazenda e o Banco Central estão comprometidos em tomar medidas para melhorar a situação, embora o caminho para isso seja complexo e desafiador.