Samuel
A princípio, vale destacar que a Caixa não seguirá as novas regras do consignado do Auxílio Brasil, disse a presidente do banco, Rita Serrano. Pois, o governo Lula baixou para 5% o desconto do benefício do crédito consignado, aumentando o número de parcelas e reduzindo a taxa de juros.
“Com as novas regras do consignado, a operação não se paga. Além disso, esse produto teve um cunho eleitoral, a Caixa foi o banco que mais ofertou crédito, com R$ 7,6 bilhões. É uma excrescência. Não posso ofertar crédito em um auxílio para uma pessoa se alimentar. Na minha opinião, isso tem de ser anulado”, disse Serrano em entrevista.
Regras do consignado
Portanto, quando o programa começou, em outubro de 2022, a Caixa passou a oferecer o empréstimo consignado Auxílio Brasil com juros mensais de 3,45%. A pendência, era dividida em 24 parcelas mensais, cada uma equivalente a 40% do valor do benefício.
Dessa maneira, com as novas regras do consignado divulgadas no início deste mês, o número máximo de parcelas não pode ultrapassar 6 e o valor de cada uma não pode superar 5% do valor total do Auxílio Brasil. Contudo, a taxa de juros deve ser de 2,5% ao mês. O novo regulamento é aplicável aos beneficiários realizaram a contratação até a data de publicação da portaria (09 de fevereiro).
Segundo a presidente da Caixa, o banco já avalia que haverá “alguma” inadimplência com a saída de beneficiários do programa na revisão que o governo fará no CadÚnico (Cadastro Único). “Dependendo da revisão do cadastro, haverá alguma inadimplência, mas no cálculo dos juros, isso já foi avaliado”, diz.
Taxa de juros surpreende
A presidente da Caixa também criticou o atual percentual da taxa básica de juros apresentada pela novas regras do consignado, a Selic, que está em 13,75%. Ela acreditava que a Caixa deveria ter um papel anticíclico na economia, ou seja, baixar os juros para estimular o consumo.
“Dentro de uma política de concorrência e anticíclica, é uma possibilidade, mas precisa seguir regras de governança e precificação. Nada que dê prejuízo para o banco será feito, mas dentro de uma política de concorrência, vale a concorrência”, afirmou.
O presidente Lula da Silva (PT) acredita que a alta dos juros causados pela independência do BC. As críticas de Lula ao presidente Bolsonaro aumentaram desde a divulgação de dados do Comitê de Política Monetária do Banco Central que indicavam que manteriam a taxa básica em 13,75% ao ano, e que poderiam continuar com o atual patamar elevado.
Para durar “por mais tempo do que o cenário de linha de base”. O setor financeiro já havia considerado uma trégua o anúncio feito pelo comitê em 7 de fevereiro sobre o fim das hostilidades entre Lula e Campos Neto. Porém, as repetidas denúncias do Presidente da República sobre a atuação do Banco Central, geram polêmicas em torno das novas regras do consignado.
