Joao Carvalho
Saber por que Bento XVI renunciou é uma questão que gera muitas dúvidas.
Afinal, na época da saída do ex-pontífice, muitos boatos surgiram.
Joseph Ratzinger faleceu neste dia 31/12/2022. Mas Bento XVI deixa um legado eterno.
Na época em que o Santo Padre deixou o cargo, em 2013, ele tinha 86 anos.
Naquele tempo, o religioso já não tinha saúde no melhor estado.
Assim sendo, não estava conseguindo dar conta da atribulada rotina de Papa.
Porque as viagens e compromissos são constantes ao assumir tal responsabilidade.
Diante disso tudo, Ratzinger viu que era sua hora de parar.
A decisão do religioso foi muito marcante e histórica, uma vez que nenhum Papa renunciou ao cargo nos últimos 600 anos!
Mas deixemos que ele próprio diga o que houve através da transcrição de algumas das suas falas sobre a questão:
Bento XVI explica por que renunciou
“No mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.” – Declaração de renúncia, lida em latim em reunião com cardeais (consistório), 10 de fevereiro de 2013.
Ou seja, o motivo da renúncia do ex-papa não foi o Vatileaks, discordâncias de opinião ou uma eventual crise na Igreja Católica. Foi a humildade. Sobre isso, comentou Dom Georg Gänswein, secretário particular de Bento XVI e Prefeito da Casa Pontifícia, em maio de 2016, num evento em Roma:
“Com um ato de extraordinária audácia, ele renovou o ofício papal, e com um último esforço o potencializou. (…) Não é surpreendente que, para alguns, ele seja visto como revolucionário. Outros veem nisso um papado secularizado, mais humano e menos sacro. Outros, ainda, são da opinião de que Bento XVI tenha quase desmistificado o papado.”, disse o religioso.
