Samuel
A princípio, vale destacar que após a pandemia, a produção de carros populares no Brasil praticamente desapareceu. No entanto, esse não é o principal motivo para o aumento dos preços dos veículos. Na realidade, uma combinação de fatores contribui para essa situação.
Dentre esses fatores, destacam-se o real desvalorizado, os altos impostos, a pressão inflacionária, a escassez de semicondutores e outros elementos que compõem o chamado “Custo Brasil” em relação à produção de carros no país atualmente. Buscando reverter essa situação, o governo tem adotado medidas para tornar os veículos mais acessíveis à população brasileira.
Possibilidade de redução nos preços
No dia 25 de maio, o governo brasileiro deve anunciar uma proposta para reduzir o preço dos carros nos próximos meses. Representantes dos ministérios e do setor automobilístico estão discutindo alternativas para viabilizar carros mais baratos para a população, considerando até a produção de carros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou publicamente o desejo de reduzir os preços dos veículos em um discurso realizado no dia 4 de maio, afirmando que carros com valor de R$ 90 mil não sendo considerados populares.
Recentemente, os representantes das montadoras se reuniram com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin. Governo e empresas estão debatendo diferentes opções, mas ainda não chegaram a uma conclusão definitiva.
Os executivos ressaltaram que as montadoras possuem margens de lucro reduzidas nos carros populares, tornando difícil a redução de preços nas fábricas. Na verdade, as maiores margens de lucro estão nos veículos de maior valor de mercado.
Produção de carros e indústria
Durante essa reunião, Alckmin sinalizou que o pacote de medidas também deve incluir apoio à indústria de caminhões. Atualmente, o carro mais barato vendido no Brasil custa R$ 69 mil, sendo o Renault Kwid na versão Zen, produzido em São José dos Pinhais, Paraná. No entanto, esse valor ainda é inacessível para a maioria dos brasileiros, o que motiva o governo a buscar soluções para mudar essa realidade.
Uma das alternativas em estudo para é permitir que os cidadãos utilizem parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiar a compra de carros populares. Caso a proposta seja implementada, será possível utilizar o saldo do FGTS como parte do pagamento, o que poderá contribuir significativamente nesse sentido, também para a produção de carros.
O setor industrial propõe que os trabalhadores possam sacar entre 10% e 15% do FGTS para trocar seus carros usados por novos. No entanto, essa proposta ainda se encontra em fase de análise e depende do consenso entre as partes envolvidas.
Durante as discussões entre governo e montadoras além da produção de carros, também foi abordada a questão do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), que já é reduzido para carros populares. Para que essa redução de impostos seja efetiva, é necessário envolver também os tributos estaduais, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
