No dia 1º de maio deste ano, o salário mínimo sofreu um reajuste que foi anunciado pelo atual Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de ter sido uma notícia positiva, com o valor subindo para R$ 1.320, ainda está longe de ser o ideal para assegurar as necessidades básicas familiares.
Valor ideal do salário mínimo
Segundo um levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo em abril deveria ser cerca de R$ 6.676. Esse valor seria suficiente para suprir as necessidades primordiais das famílias que recebem o valor base.
Comparando de forma simples, a referência é aproximadamente cinco vezes maior do que o salário vigente, mesmo com o aumento atual. Essa diferença é consequência de diversos fatores socioeconômicos, como inflação e falta de permanente política de valorização do piso.
Todos os meses, o Dieese calcula o mínimo necessário para demonstrar as dificuldades que passam os trabalhadores que ganham apenas um salário mínimo. O valor calculado se apresenta como o suficiente para suprir as demandas de uma casa com quatro pessoas.
Desse modo, os fatores que o Dieese leva em consideração são alimentação, saúde, lazer, educação, previdência, entre outros.
O Departamento também calcula a variação do preço da cesta básica nas capitais do Brasil. Conforme a tendência dos meses anteriores, São Paulo ficou em primeiro lugar na lista de cestas básicas mais caras em abril.
O pacote analisado é caracterizado por 13 itens básicos, incluindo carne, leite, arroz, feijão, batata, farinha, açúcar, óleo, manteiga, pão, café, legumes e frutas.
Preço médio da cesta básica
Na cidade paulista, o preço médio da cesta básica chegou a quase R$ 800 no mês anterior. Considerando o salário mínimo vigente, o trabalhador do município necessitou gastar mais de 60% do seu salário para garantir todos os itens. Convertendo isso em horas trabalhadas, foram precisas 134 horas e 17 minutos para a compra da cesta básica.
Dentre as cestas básicas mais baratas no país, Aracaju ficou em primeiro lugar em comparação às 17 capitais analisadas. A cesta custou R$ 553 na cidade, e o trabalhador precisou de 93 horas e 35 minutos de serviço para compra dos itens. Isto é, um tempo muito menor quando comparado à cidade de São Paulo.
Portanto, podemos concluir que o valor do salário mínimo ainda está muito distante do que seria necessário para o povo brasileiro viver com qualidade. Isso porque falta uma política de valorização do salário e a constante inflação vem gerando menos poder de compra para o brasileiro e atrapalhando no desenvolvimento social.
Além disso, há uma disparidade muito grande entre os valores da cesta básica entre as capitais, sendo São Paulo a principal vilã no que tange o valor dos itens da cesta. O salário mínimo necessário no mês de abril divulgado pela Dieese ainda é um valor muito distante da realidade da grande maioria da população.