Joaomarcossa
O endividamento da população brasileira tem sido um tema recorrente nos últimos anos, especialmente desde o início da pandemia da COVID-19.
E infelizmente, a situação parece não ter melhorado em 2023.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento atingiu 78,3% das famílias brasileiras em abril deste ano, um patamar que se mantém desde fevereiro.
O número é alarmante e revela a dificuldade que muitas famílias estão enfrentando para honrar seus compromissos financeiros.
A pesquisa considera como endividadas as famílias que possuem dívidas em atraso ou não, como cartão de crédito, cheque especial, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e de casa, entre outros.
Brasileiros continuam sofrendo com altas dívidas
O alto endividamento pode levar a uma série de problemas financeiros, como o aumento da inadimplência, o comprometimento do orçamento familiar, a impossibilidade de investir em educação e saúde, além de gerar estresse e ansiedade nos indivíduos e nas famílias.
A situação é ainda mais preocupante quando analisamos o histórico do endividamento no país. Em setembro de 2022, o percentual de famílias endividadas alcançou 79,3%, o maior índice já registrado pela Peic.
E mesmo que o número tenha apresentado uma leve queda nos meses seguintes, a queda não foi suficiente para aliviar a situação.
É importante destacar que o endividamento crescente no Brasil não é uma questão isolada, e está relacionado a diversos fatores econômicos e sociais.
A pandemia da COVID-19, por exemplo, gerou uma crise sanitária sem precedentes, além de impactar fortemente a economia do país, gerando desemprego e queda na renda de muitas famílias.
Além disso, o acesso ao crédito fácil e sem planejamento pode levar ao aumento da dívida e ao endividamento crônico, especialmente em um país onde a educação financeira ainda é pouco difundida.
Taxa de endividamento dos brasileiros desde setembro de 2022
Confira abaixo as taxas de endividamento dos brasileiros nos últimos oito meses:
- Setembro de 2022: 79,3%
- Outubro de 2022: 79,2%
- Novembro de 2022: 78,9%
- Dezembro de 2022: 78,0%
- Janeiro de 2023: 78,0%
- Fevereiro de 2023: 78,3%
- Março de 2023: 78,3%
- Abril de 2023: 78,3%
Aliás, para tentar reverter essa situação, é fundamental que as famílias brasileiras tenham acesso a informações sobre finanças pessoais e planejamento financeiro.
Além disso, é importante que o governo e as instituições financeiras criem políticas e produtos financeiros que promovam o acesso ao crédito responsável e incentivem a educação financeira.
