Vanessa Ramos
No Brasil, a inadimplência está crescendo de maneira significativa, sendo impulsionada pelo desemprego e a crise econômica que afeta o país. O crescente número de pessoas negativadas tem gerado preocupações no governo federal, pois a inadimplência prejudica a eficiência da economia. Além disso, os cidadãos com o nome sujo enfrentam restrições ao acesso a diversos serviços financeiros, como empréstimos e créditos.
Segundo um levantamento realizado pelo Serasa em maio deste ano, aproximadamente 71,90 milhões de brasileiros estão inscritos na lista de inadimplentes. Em comparação com abril, houve um aumento de 463 mil novas pessoas com dívidas em atraso.
Desenrola Brasil
Para lidar com essa situação, o governo federal lançará o programa Desenrola Brasil, que possibilitará a negociação das dívidas pelos inadimplentes. Inicialmente, o programa estava previsto para ser disponibilizado em setembro, mas foi antecipado e os cidadãos com dívidas pendentes poderão iniciar as renegociações a partir desta segunda-feira (17).
Segundo informações do governo, o Desenrola Brasil beneficiará cerca de 70 milhões de pessoas. Uma portaria publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira (14) detalha as condições e procedimentos para adesão ao programa.
Etapas do programa
O programa será implementado em três etapas, sendo que duas delas estarão disponíveis a partir desta segunda-feira. Nesta primeira fase, as empresas credoras que aderiram ao programa devem perdoar imediatamente as dívidas que não ultrapassem R$ 100.
Essa medida beneficiará mais de 1 milhão de consumidores, possibilitando a remoção de seus nomes da lista de inadimplentes. Além disso, será realizada uma etapa de renegociação das dívidas bancárias, que poderá ajudar cerca de 30 milhões de brasileiros.
O Desenrola Brasil está dividido em dois grupos de público-alvo. Nesta etapa de renegociação das dívidas bancárias, serão incluídos apenas os devedores que fazem parte da faixa 2. Então, a faixa 1 abrange pessoas com rendimento mensal máximo de até dois salários mínimos, inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), e suas negociações terão início somente em setembro. Já a faixa 2 é voltada para pessoas com renda de até R$ 20 mil.
Os descontos concedidos para quitar as dívidas dependerão das negociações com as instituições financeiras, mas é importante mencionar que as dívidas não podem exceder R$ 5 mil e devem ter sido adquiridas até 31 de dezembro do ano passado.
