Lula se desfaz de promessa e muda opiniões em 1 mês de governo
O governo de Lula anunciou, portanto, a renovação do programa Pró-Catador, encerrado por Jair Bolsonaro em 2020, e a emissão de certificados de crédito para reciclagem.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta segunda-feira (13) dois decretos que visam incentivar o trabalho dos catadores de materiais recicláveis.
Segundo o governo, os decretos assinados durante a cerimônia no Palácio do Planalto afirmam:
- Diogo Sant’Ana Programa Pró-Catadoras e Catadores de Reciclagem Popular (Pró-Catador);
- Certificado de reciclagem;
- Certificado de estruturação e reciclagem de embalagens em geral;
- Crédito em massa futuro.
O evento contou com a presença do então vice-presidente Geraldo Alckmin, da primeira-dama Janja, da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Pelo menos dez ministros também compareceram.
Em discurso após a assinatura dos decretos, Lula declarou que os catadores “não podem se contentar com as poucas coisas que ocasionalmente oferecemos”.
“Por mais que façamos o decreto e a lei, com certeza não vai cumprir tudo o que você quer.
Em uma ou duas semanas, você vai descobrir que o decreto não chega, mas, você quer mais. E quando você exigir, o governo vai perceber o que tem que fazer”, disse Lula.
“Este é o primeiro passo de uma longa jornada que devemos percorrer para nos tornarmos cidadãos plenos”, continuou ele.
Entre os “personagens” que representaram o povo brasileiro na posse de Lula estava um catador de recicláveis e o presenteou com a faixa presidencial na ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Diogo Sant’ana
O governo informou que o programa Diogo Sant’ana está restaurando o Pró-Catador. Advogado, doutor em direito, Sant’ana morreu em 2020 em Florianópolis (SC).
Trabalhou nos governos Lula e Dilma Rousseff e atuou no desenvolvimento de políticas voltadas para o apoio ao trabalho dos catadores de materiais recicláveis.
Promessas da campanha de Lula
A recriação do Pró-Catadora foi portanto uma das primeiras ações que Lula determinou após assumir a presidência no mês passado.
O programa foi criado em 2010, durante o segundo mandato de Lula.
E reuniu ações de apoio aos trabalhadores de baixa renda que realizavam a coleta de materiais reutilizáveis e recicláveis.
O decreto do programa foi revogado em 2020 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Juntamente com o retorno do esquema, o governo anunciou a formação de um comitê de ministérios para discutir as medidas para envolver os catadores.
Lula também descartou o Recicla+, programa lançado no ano passado por Bolsonaro que assim criava certificados de crédito para reciclagem.