Ahmad Tarabain
Recentemente, surgiu uma informação equivocada onde afirmava que o governo de Lula cancelou um aumento de R$ 24 no Bolsa Família. Contudo, após investigação do Estadão Verifica, essa informação mostrou-se infundada. Não houve qualquer anúncio do governo federal sobre um aumento de R$ 24 no Bolsa Família e nem cancelamento dessa suposta medida.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) afirmou que o orçamento para o ano que vem ainda está em discussão no Congresso Nacional. O Projeto de Lei do Orçamento Anual foi enviado ao Poder Legislativo na semana passada, dia 31 de agosto, e não prevê reajuste do benefício. Portanto, é importante verificar a veracidade das informações antes de compartilhar.
O que realmente aconteceu?
A infundada informação se propagou principalmente no Instagram, onde um usuário postou a imagem de um quadro verde onde se lia: “o governo de Lula teve a indecência de cancelar um aumento de 24 reais no Bolsa Família”. Na legenda, foi acrescentada a expressão: “vergonha, Lula!”. Entretanto, ao buscar por notícias sobre o suposto aumento, nenhuma informação a respeito foi encontrada.
Houve alguma confirmação deste aumento do governo?
Ao questionar o MDS, a informação foi confirmada: o ministério nunca anunciou nenhum reajuste do Bolsa Família no valor de 24 reais. Questionado se havia previsão de reajuste para o próximo ano, o ministério informou que o assunto ainda está em debate. O próprio Estadão também confirmou que, conforme o governo de Lula, a proposta orçamentária de 2024 não considera nenhum reajuste dos benefícios do programa Bolsa Família.
O Bolsa Família perderá prioridade no governo?
Paulo Bijos, secretário de Orçamento do Ministério do Planejamento, afirma que a ausência de um aumento não indica que o programa deixa de ser uma prioridade. Pelo contrário, a ideia é garantir que as pessoas que necessitam sejam alcançadas e que quem usa o benefício indevidamente dê espaço para aqueles que necessitam. O programa deverá receber o aporte de R$ 169,4 bilhões no próximo ano, o que serviria para financiar o benefício para 20,8 milhões de famílias, segundo as previsões do governo.
