Durante entrevista coletiva realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a necessidade de um fortalecimento da governança global, ampliando a representatividade de países em espaços de diálogo internacional.
Segundo ele, um bloco mais amplo de países, como o G20, deveria ser responsável por discutir temas da ordem do dia, como a paz entre as nações, meio ambiente, questões econômicas, como inflação e juros, violência, discurso de ódio nas redes digitais e fortalecimento da democracia.
Para Lula, a criação do G20 ocorreu porque o G7 já não tinha o tamanho necessário para discutir a crise de 2008.
Ele acredita que o Brasil pode ser um protagonista nessas discussões globais e que poucas nações têm autoridade política e moral para discutir a questão do clima.
De acordo com o presidente, o Brasil tem pensamento próprio e quer voltar a ser um ator protagonista de muita influência.
Na mesma entrevista, Lula destacou sua recente viagem à China, onde fechou acordos que somam R$ 50 bilhões.
Nos Emirados Árabes, foi negociado um memorando de entendimento entre o estado da Bahia e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital, controlador da refinaria de Mataripe, privatizada em 2021, com investimentos na ordem de R$ 12,5 bilhões.
Lula defende G20 e quer mais países em governança global
A posição de Lula acerca do fortalecimento da governança global é importante, principalmente em um momento em que o mundo enfrenta diversos desafios globais, como a pandemia de COVID-19, a mudança climática, a crise econômica e as tensões geopolíticas.
A ampliação da representatividade de países em espaços de diálogo internacional pode ser uma forma de se encontrar soluções mais efetivas para esses problemas.
A criação do G20 em 1999 foi um passo importante para aumentar a participação de países em desenvolvimento nas discussões globais.
Atualmente, o G20 é composto por 19 países e pela União Europeia, que juntos representam cerca de 80% do comércio global e 90% do PIB mundial.
O grupo tem como objetivo promover a cooperação internacional em questões econômicas e financeiras, buscando o crescimento sustentável e equilibrado da economia global.
No entanto, ainda há muito a ser feito para ampliar a representatividade de países em espaços de diálogo internacional.
A maioria das decisões ainda ocorre pelos países mais desenvolvidos, e as vozes dos países em desenvolvimento muitas vezes não têm tanta importância.
Além disso, há uma crescente polarização geopolítica, o que dificulta o diálogo e a cooperação internacional.
Diante desse cenário, a posição de Lula pode ser um incentivo para que outros líderes mundiais também defendam um fortalecimento da governança global, com uma maior representatividade de países em desenvolvimento.