No último dia 11 de abril, o governo Lula formalizou a exoneração do general do Exército Gustavo Henrique Dutra de Menezes do Comando Militar do Planalto, cargo que já estava afastado desde o dia 16 de fevereiro.
A nomeação do militar para o cargo de 5º subchefe do Estado-Maior da Força também foi oficializada na mesma publicação do Diário Oficial da União.
A exoneração de Dutra de Menezes do Comando Militar do Planalto ocorreu em um momento delicado para as Forças Armadas, que estão sob intensa pressão após os acontecimentos do dia 8 de janeiro, quando um grupo de militares da reserva convocou uma manifestação em frente ao QG do Exército, em Brasília, pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal e a intervenção militar no país.
Aliás, na ocasião, o general foi um dos poucos membros da cúpula do Exército a se manifestar publicamente contra o movimento golpista.
Ele publicou um artigo em que criticava os militares da reserva que convocaram a manifestação e afirmava que a atitude era “lamentável e condenável”.
Lula já estava desconfiando deste general
A exoneração de Dutra de Menezes foi vista por muitos como uma retaliação por parte do governo Bolsonaro, que teria ficado insatisfeito com a posição do general em relação ao movimento golpista do dia 8 de janeiro.
O próprio presidente chegou a dizer que havia “um ou outro militar” que não estava “bem intencionado” durante os eventos do início do ano.
No entanto, o governo Lula afirmou que a exoneração do general do Comando Militar do Planalto foi motivada por questões administrativas. Também, não teve relação com as polêmicas recentes envolvendo as Forças Armadas.
De acordo com o Ministério da Defesa, a decisão foi tomada “por razões de conveniência e oportunidade da administração pública”.
A nomeação de Dutra de Menezes para o cargo de 5º subchefe do Estado-Maior da Força foi vista como uma forma de compensação pelo governo Lula, que teria reconhecido a atitude corajosa do general ao se manifestar contra o movimento golpista.
No novo cargo, ele terá a responsabilidade de assessorar o comandante do Exército em questões estratégicas e operacionais.
Enquanto isso, 89 militares estão prestando depoimento à Polícia Federal sobre os acontecimentos do dia 8 de janeiro.
Aliás, o forte esquema de segurança montado para o depoimento contou com a presença de delegados. Houveram críticas por algumas pessoas que acreditam que a medida poderia ser vista como uma intimidação aos militares envolvidos no movimento golpista.