Vanessa Ramos
É um fato que todas as profissões desempenham um papel significativo em nossa sociedade. No entanto, algumas se destacam mais por estarem alinhadas com a realidade atual do mundo, como é o caso dos entregadores de aplicativos.
Devido ao aumento substancial dos pedidos de comida por delivery e do uso de transporte por aplicativo nos últimos anos, esses profissionais enfrentam jornadas de trabalho longas, mas operam como autônomos e não têm os mesmos direitos que os trabalhadores com contrato de trabalho formal (CLT). Por esse motivo, uma nova paralisação dos entregadores foi anunciada. Vamos entender o motivo!
Polêmica antiga
Desde maio, representantes dos trabalhadores e porta-vozes das plataformas de entrega têm se reunido em Brasília para discutir o assunto. O governo tinha a intenção de anunciar um acordo durante a viagem de Lula aos Estados Unidos na semana passada. No entanto, mesmo após o encontro com o presidente Joe Biden, não houve consenso.
O governo vinha tentando chegar a um acordo com a Amobitec ao propor um pagamento mínimo de R$ 17 por hora para entregadores que usam motocicletas, e um mínimo de R$ 30 para motoristas de aplicativo.
No entanto, o ponto de discordância central foi a hora efetivamente trabalhada. Para ganhar o mínimo proposto, um entregador de moto precisaria somar 60 minutos em viagens, pois o tempo entre as entregas não seria remunerado.
Os representantes dos entregadores propuseram um valor de R$ 35,76 e defenderam o pagamento pelo tempo em que estão disponíveis no aplicativo. A última oferta da Amobitec foi de R$ 12 para entregadores e R$ 21,22 para motoristas.
Além disso, o governo tentou incluir uma contribuição previdenciária para os trabalhadores, com alíquotas de 20% para as plataformas e 7,5% para os profissionais. Essas alíquotas incidiriam apenas sobre parte dos ganhos mensais dos entregadores e motoristas, excluindo os custos fixos. No entanto, nenhum acordo foi alcançado.
Greve Nacional dos motoristas
Com as negociações paralisadas no Grupo de Trabalho montado pelo governo para regulamentar o trabalho por aplicativos, os entregadores estão buscando demonstrar sua força organizando paralisações em várias regiões do país.
As paralisações começaram em 29 de setembro, com grupos de WhatsApp cheios de vídeos de trabalhadores convocando a adesão à greve chamada de “Breque Nacional”, que está ocorrendo em pelo menos dez estados brasileiros.
Os organizadores do movimento também estão tentando convencer os clientes das plataformas a boicotá-las, não fazendo pedidos durante o dia da greve. Portanto, é importante acompanhar o desenrolar dessa história que já se arrasta por meses e ver qual será o próximo passo do governo, das plataformas e das entidades envolvidas nessa questão.
Afinal, os entregadores devem ou não subir nos apartamentos?
A questão de os entregadores subirem ou não até os apartamentos para realizar entregas tem sido uma fonte de polêmica na internet. Muitas discussões giram em torno da expectativa dos clientes de que os entregadores subam e entreguem os pedidos diretamente em suas portas. Mas afinal, eles devem ou não fazer isso?
Em resumo, segundo especialistas, as regras sobre essa prática podem variar em diferentes condomínios e regiões do país. Em São Paulo, por exemplo, não é comum os entregadores subirem até os apartamentos, ao contrário de algumas áreas do Rio de Janeiro.
Sobretudo, existem locais no Brasil onde essa prática é proibida, a menos que o cliente tenha alguma dificuldade de locomoção, como idosos ou pessoas com deficiência. A melhor opção, no entanto, é que os entregadores não subam até os apartamentos, uma vez que o tempo gasto fazendo isso pode ser crucial para a eficiência de seu trabalho.
